" Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro" (Heródoto)

quarta-feira, 1 de maio de 2013

REINO DA NÚBIA (ENSINO FUNDAMENTAL)
 
O Reino da Núbia desenvolveu-se na região sul do Egito, entre a primeira e sexta catarata do Rio Nilo. Assim como o Egito antigo, o Reino da Núbia acompanhou o curso do Rio Nilo e as zonas de oásis. Os núbios ocupavam a região mais ao sul do rio, rica em recursos naturais com depósitos de ouro, cobre e ferro e pedras semipreciosas. Assim se desenvolveu o que se pensa ser a civilização negra mais antiga da África. Os egípcios chamavam esse reino de Cuxe.


A história de um grande reino

            Os núbios viviam da caça, da coleta e da pesca em comunidades espalhadas ao longo do Rio Nilo. Com o tempo, à semelhança dos egípcios, eles aprenderam a represar e distribuir as águas do Nilo, passando, então, a aproveitá-las para a agricultura.

As comunidades da região se uniram e passaram a obedecer a um único líder, o rei. A cidade de Kerma era a capital desse reino.

O primeiro grande reino da Núbia, o de Kerma, durou aproximadamente 2500 a.C. a 1550 a.C. Neste período, as fronteiras do territórios foram expandidas e houve um grande desenvolvimento da agricultura e do comércio urbano. As relações com os egípcios oscilavam. Haviam períodos em que os núbios eram submetidos ao poder dos faraós e períodos em que os reis cuxitas governavam o Egito. 

Napata: a nova capital de Cuxe

Em 1750 a.C., os egípcios invadiram o território núbio, interrompendo o crescimento do Reino Cuxe. Durante 500 anos, as rotas comerciais e as minas de ouro cuxitas foram submetidas ao controle dos faraós.

            Nessa época, os núbios absorveram muitos elementos cultuais do Egito: adotou-se a escrita hieróglifa, escribas e artesãos do Egito ensinavam suas técnicas aos núbios, a população cuxita foi utilizada para trabalhar nas obras do Egito e engrossar seu exército.

            Com o fim do domínio egípcio, a nova capital do Reino de Cuxe foi estabelecida em Napata. No século VIII a.C., os núbios avançaram sobre o Egito, enfraquecido por divisões políticas internas. O Reino de Napata assumiu o domínio político sobre o território egípcio por quase cem anos.

Meroé e o último reino cuxita

            No século VII a.C., contudo os assírios invadiram o Egito, obrigando o retorno do reino cuxita às suas fronteiras originais em Napata. E, no século VI a.C., após um ataque egípcio sobre Napata a capital cuxita deslocou-se para Meroé. 

            Mesmo assimilando valores egípcios, muitas formas culturais núbias sobreviveram no interior do espaço doméstico. Com o fortalecimento da cidade de Meroé, crenças e costumes núbios voltaram a aparecer nas ruas e nos templos.

            A história do Egito e a de Cuxe depois disso se separariam. Na nova fase, o Reino Cuxe conheceu um grande desenvolvimento cultural como a elaboração de uma escrita particular, a escrita meroítica, e o desenvolvimento notável da metalurgia do ferro.

A escrita meroítica

            A escrita meroítica era uma adaptação do sistema de escrita egípcio para a língua cuxita. Contudo, era alfabética, ao contrário da do Egito, que era ideográfica. Na escrita meroítica era possível escrever determinadas palavras usando apenas consoantes.
A escrita meroítica tinha duas formas distintas. A primeira delas, mas restrita, era destina da a documentos religiosos e reais. Surgiu da escrita hieroglífica egípcia. A segunda, mas utilizada que a anterior, era uma escrita cursiva, que derivou da escrita demótica do Egito. Essa segunda escrita tinha um alfabeto de 23 sinais.
            A escrita meroítica não foi ainda totalmente decifrada. Os estudiosos conseguem identificar os sons fonéticos da escrita, mas não conseguem interpretar as palavras que eles formas, com exceção de alguns nomes de pessoas e lugares.
Atividade econômica
            Desde os primeiros tempos, os habitantes da Núbia desenvolveram técnicas para produzir artigos de pedra, ferro e de cerâmica.
            Na Núbia, havia cerâmica em abundância, importada do Egito ou produzida no local. Os oleiros núbios fabricavam principalmente vasos arredondados, a maioria preta ou vermelha. Os vasos, moldados à mão pelas mulheres, representam hoje uma das mais belas heranças da cultura material meroítica.
            Os núbios cultivavam trigo, cevada, domesticavam bois, cabras, ovelhas e carneiros e praticavam a pesca. O cultivo da terra foi impulsionado pela introdução da nora, ou roda pérsica. Movida por um boi, a nora captava água do rio e distribuía pelos canais de rega, permitindo irrigar as terras as margens do Rio Nilo.
            Mas foi o comércio a atividade econômica mais importante. Os povos núbios já estabeleciam relações comerciais com as comunidades que habitavam a região do Egito mesmo antes da unificação do reino egípcio.
            Em troca de objetos de cobre, de conchas e pedras trabalhadas, os núbios ofereciam gomas, incenso, pele de animais, madeiras, marfim, ouro e, principalmente pedras para a construção dos templos e pirâmides do Egito.
Política e sociedade cuxita
            Os cuxitas escolhiam seu rei de um modo peculiar. Inicialmente, os líderes das comunidades votavam nos candidatos que consideravam mais preparados para o cargo de rei. Em seguida, lançavam sementes ao chão para perguntar ao deus da cidade qual dos eleitos devia ser o escolhido. O desenho que as sementes formavam era considerado uma festa que terminavam com a coroação do novo rei. Assim, enquanto no Egito o filho sucedia o pai, em Cuxe o rei era escolhido dentre os eleitos pelos líderes da comunidade e pela consulta ao deus da cidade.
            A sociedade cuxita era matrilinear, ou seja, o nome e a condição social de um indivíduo eram herdados da mãe, e não do pai. Devido a essa característica, as mulheres tinham um importante papel na política. Fossem como rainhas-mãe, fossem como esposas do soberano, essas mulheres chamavam-se candaces.
  
            O pouco que se sabe sobre a sociedade cuxita é que a classe dirigente era formada pelo rei e sua família, pelos nobres, que ocupavam altos cargos do funcionalismo, e pelos sacerdotes. Os agricultores e os criadores de gado, que eram pessoas livres, formavam a maioria da população. As camadas intermediárias eram constituídas por artesãos, comerciantes, militares e pequenos funcionários. Havia ainda os prisioneiros de guerra, que trabalhavam como escravos por algum tempo.

Referência:
APOLINÁRIO, Maria Raquel. Projeto Araribá: História 6º ano. 2 ed. São Paulo: Moderna, 2007.


CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA (ENSINO FUNDAMENTAL)
 
O Egito antigo ocupava uma faixa de terra muito extensa, banhada de norte a sul, pelas águas do Rio Nilo. Esse território se localizava no Deserto do Saara, no nordeste da África.

No meio do deserto, graças às águas do Nilo e ao trabalho humano, criou-se uma extensa faixa de terra habitável e cultivada.

 A história de um longo império

 A parte sul do Egito era chamada de Alto Egito e a parte norte era conhecida como Baixo Egito.
Cerca de 5 mil anos atrás, o rei egípcio Menés unificou os pequenos reinos do Alto e Baixo Egito sob sua autoridade. Menés é considerado o primeiro faraó do Egito.

A história política do Egito antigo divide-se em três fases:

            Antigo Império (c. 2686 – 2181 a.C.): nesse período foram construídas as grandes pirâmides de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos.
            Médio Império (c. 2040 – 1782 a.C.): nessa fase, os faraós conquistaram terras da Núbia, ao sul do Egito. O Médio Império chega ao fim com a invasão dos hicsos, um povo de origem asiática.

            Novo Império (c. 1570 – 1069 a.C.): os faraós mais conhecidos dessa fase foram Tutmosis III e Ramsés II, que estenderam o Império Egípcio para a Palestina e a Síria.
Durante esse longo período, o Egito foi governado por dinastias reais, ou seja, famílias de faraós que se sucederam no poder. 

A sociedade egípcia

            Faraó significa “casa grande”. Controlava várias aldeias e cidades.

            O título de faraó era hereditário, ou seja, com sua morte o trono era assumido pelo filho mais velho ou parente mais próximo. O povo o considerava filho do deus Sol e o adorava como a um deus. O faraó em geral tinha várias esposas. Ele escolhia uma dentre elas para ser a esposa oficial, a rainha.

O faraó tinha autoridade absoluta: concentrava em si os poderes político e espiritual. Por isso, esse governo é chamado de teocrático (governavam em nome dos deuses).

            O vizir, uma espécie de primeiro-ministro do faraó, era o mais importante funcionário do Estado. Ele chefiava a polícia, o tribunal de justiça e controlava a arrecadação dos impostos.

            Os sacerdotes estavam encarregados de administrar os templos e todos os serviços religiosos. Possuíam muitas terras e milhares de pessoas trabalhavam para ele.

            Os escribas se destacavam porque sabiam ler e escrever. Eles registravam os impostos arrecadados, faziam o censo da população, dos animais e das colheitas.

            Os camponeses compunham a maior parte da população do Egito. Eles cultivavam as terras do faraó, dos sacerdotes e altos funcionários do Estado.

            Os camponeses viviam com poucos recursos. Eles tinham que entregar parte da colheita aos donos das terras; outra parte ficava com o faraó como pagamento de impostos. Além do trabalho duro da semeadura e da colheita, eles tinham que combater insetos, pássaros e ratos que estragavam a colheita. Sofriam violência quando dos cobradores de impostos quando não conseguiam entregar as taxas exigidas pelo faraó.

 A religião egípcia

            Para os egípcios, tudo o que acontecia na sua vida diária dependia da vontade dos deuses. Por exemplo, as cheias do Nilo, uma batalha, um período longo de seca etc.

            Os egípcios eram politeístas, ou seja, o culto a vários deuses. O deus principal era Rá, o deus sol, também chamado de Amon e Aton. Outros deuses importantes eram Ísis, Osíris e Hórus

            Existiam deuses com formato de animal (zoomorfismo), outros deuses tinham o corpo de homem e cabeça de animal (antropozoomorfismo) e também existiam deuses somente com formato humano (antropomorfismo).

Os egípcios acreditavam na vida após a morte e, por isso, costumavam mumificar os corpos a fim de conservá-los para a eternidade.
 
A mumificação era uma técnica utilizada pelos antigos egípcios para preservar o corpo de pessoas e animais. Eles acreditavam que esse processo era essencial para garantir a passagem do morto à outra vida. Quando um egípcio morria, os embalsamadores recolhiam o corpo e o transportavam para um lugar onde todo o processo era feito.
A pirâmide tinha a função abrigar e proteger o corpo do faraó mumificado e seus pertences (joias, objetos pessoais e outros bens materiais).


A economia no Egito antigo

            Os egípcios cultivavam a terra para obter os alimentos necessários para sobreviver.    As cheias do Rio Nilo organizavam a vida agrícola. A partir de setembro, as águas baixavam e os camponeses começavam a semear a terra. Ela estava úmida e fertilizada pelo humo, material orgânico formado por restos vegetais decompostos.

            A criação de gado, a pesca e a caça também eram importantes, mas a carência de outras matérias primas como madeira e minério levou os egípcios a realizar trocas com outros povos.

A escrita no Egito antigo

            A primeira forma de escrita no Egito foi o hieróglifo. A palavra hieróglifo vem do grego e significa “Escrita Sagrada”. Os sinais dessa escrita representavam ideias e sons. Era uma escrita muito complexa e demorada. Por causa dessa dificuldade, apenas os escribas dos templos tinham o hábito de usá-la.

 A escrita hierática era uma escrita hieroglífica simplificada, usada para escrever textos com pincel em madeira ou em tiras de papiro. Utilizava-se esse tipo de escrita em textos religiosos e não religiosos.
A escrita demótica ou popular, apareceu por volta do ano 700 a.C. Era uma escrita mais simples,  que servia também para escrever cartas e fazer contas e registro.


Referência:
 
APOLINÁRIO, Maria Raquel. Projeto Araribá: História 6º ano. 2 ed. São Paulo: Moderna, 2007.

 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012


Queria compartilhar com todos a observação que realizei por ocasião do Estágio.
A área de concentração escolhida, foi  a metodologia do ensino de história e com isso, observei quais métodos estão sendo empregadas pelos professores em uma escola pública estadual na cidade de Belém.

Após vários dias acompanhando dois professores de história do ensino fundamental e dois do ensino médio, constatei as limitações dos educadores para transmitir o conhecimento de  forma mais dinâmica e atraente.

A escola não possui uma sala de vídeo adequada ou um projetor multimídia, uma professora que leciona na turma do 6º ano confessa triste: “gosto de trabalhar com documentários, porém, não temos recursos para isso, tentei levar a TV da sala dos professores para uma sala e trouxe meu aparelho de DVD, na hora não funcionou, passamos alguns minutos tentando achar o problema, desistimos”.

O espaço da biblioteca é pequena demais, os livros didáticos que chegam para serem distribuídos aos alunos tomam conta de todo o espaço, impedindo os educandos de utilizar o local para pesquisa, ou de os professores realizarem uma atividade tendo a biblioteca como referência, principalmente com a disciplina de história, que exige bastante leitura e pesquisa.

Salas com ventiladores quebrados, quentes e abafadas, é o ambiente frequentado por professores e alunos, dificultando a concentração nas aulas, e o pior é que a escola não dispõe de uma área arborizada para a realização de uma aula ao ar livre para mudar um pouco a rotina.

Quando o assunto é “materiais didático-pedagógicos” todos os educandos são unânimes em defendê-los no apoio à transmissão do conhecimento. Existem bastantes livros que abordam o assunto mas, para a realidade do ensino público brasileiro, não passam de teorias, no que tange a estrutura das escolas.

Bem pessoal, sei que existem escolas públicas com estruturas bem piores, outras bem melhores, e que infelizmente a realidade é essa, como o ilustríssimo Charles Darwin defendia sua teoria de adaptação ao meio, acho que para não jogarmos a toalha de uma vez, temos que nos adaptar, pois esperar melhorias por quem de direito, é complicado.

Parabéns a todos os Professores, Alunos e Funcionários que tentam fazer da escola um espaço de transformação social, mesmo com todas as dificuldades.